Nascido em 1889, sua obra foi ignorada até recentemente, quando, na década de 1970 foi resgatada por americanos e canadenses e em 2011 traduzido para o Português pelo professor Werther Holzer da UFF – Universidade Federal Fluminense.
Para Dardel em “O Homem e a Terra”, o homem existe em uma geografia, e neste sentido é a sua geograficidade. Como menciona Lívia de Oliveira: “para Dardel, o espaço geográfico não é um espaço em branco a ser colorido. O homem se sente e se concebe ligado a Terra, como ser chamado a se realizar em sua condição terrestre”. Aqui espaço ganha valores, não sendo analisado apenas como superfície, encontrando através do homem o seu significado de maneira primitiva. “O relevo, a altitude, as escarpas despertam o desejo da escalada como libertação, a impaciência de vencer o obstáculo, de pisar na neve intocada, de dominar a planície ou o vale com uma visão panorâmica.” (2011, p.16). Nele, as rochas se manifestam como potência que dá solidez a alma; o relevo desperta o desejo da escalada como libertação, assim como as montanhas respondem a uma geografia ascensional da alma, de elevação e pureza.
Renata Solanas Igual é geógrafa, formada na Fundação Santo André.